Imagine que você pretende abrir uma empresa, com a qual pensa satisfazer suas perspectivas econômicas, pessoais e profissionais, mas se vincula a um sócio que pensa em encaminhar as demandas e estratégias de forma completamente diferente de você. As perspectivas de que essa empresa seja bem sucedida se tornam bastante reduzidas…

E se pensarmos no matrimônio como a maior empresa que o ser humano pode criar? Essa imagem já nos adianta que, para buscar quem eu quero acompanhar pela vida, é imprescindível que se compartilhe do mesmo objetivo traçado para esse relacionamento.

[…] para buscar quem eu quero acompanhar pela vida, é imprescindível que se compartilhe do mesmo objetivo traçado para esse relacionamento.

Qual seria, então, o objetivo do matrimônio? Para que quero me casar?

Confesso que, por muito tempo, considerei que essa era uma pergunta que não conseguiria responder. Atuavam em mim muitos pensamentos que me diziam que eu seria incapaz de atrair uma pessoa, devido a minha timidez e grande falta de confiança nos meus próprios valores. Até que um dia decidi que seria mais fácil se eu seguisse minha vida sozinha, sem fazer o esforço de compreender o que há por trás do sentimento que envolve dois seres numa trajetória única.

Acontece que a nossa vida nos foi dada, não apenas para aprendermos aquilo que nós queremos, mas também aquilo que necessitamos aprender. E foi assim que se iniciou uma das experiências mais gratas que vivi em minha vida e que tem me permitido perceber como pode nascer e crescer dentro do ser humano um sentimento tão grande como é o amor.

Conforme fui vivendo essa experiência, primeiramente apenas resguardada à intimidade do meu coração, percebi que o amor que tributamos a outro ser pertence, essencialmente, a nós mesmos. Daí, compreendi que a pessoa a quem nutrimos um sentimento de amor verdadeiro sempre nos inspira e nos estimula a sermos pessoas melhores. Por que, afinal, me furtei de viver tão bela experiência?

O medo de sofrer foi o maior bloqueio que encontrei nesse caminho, e hoje tenho a convicção de que não há nada mais limitante à atuação dos sentimentos do que o temor.

Depois de muitas lutas vividas para compreender aquilo que sentia, não poderia ter ficado mais clara para mim a resposta daquela pergunta: para que quero me casar?

Para mim, a resposta se dá de forma bem simples, porém com profundo significado: para que eu possa construir uma rica experiência de colaboração mútua no aperfeiçoamento humano. E para que isso ocorra, ambos os seres precisam ter o mesmo sentir e o mesmo ideal de superação espiritual.

Compreender esse grande objetivo de unir minha vida à vida de outra pessoa, que busca também se aperfeiçoar no longo caminho da vida, foi a grande chave para firmar o meu propósito de querer me casar, que antes fora tão oprimido pelo temor ao fracasso.

Em breve, vou instituir essa nova empresa, confiante de que meu sócio e eu estamos nos preparando, com o mais profundo afeto e com os propósitos da vida alinhados em conjunto. Inevitavelmente, as dificuldades surgirão, mas o firme propósito de evolução que baseou essa escolha é uma certeza perene de que, quando estamos amparados por um conhecimento superior e transcendente, podemos fazer prosperar, na grande empresa de nossas vidas, a base da formação de uma nova família.

Dificuldades surgirão, mas o firme propósito de evolução […] é uma certeza perene