Quando mais novo, eu adorava assistir a filmes de super-heróis. Via seus poderes sendo usados em situações que eu não distinguia se eram verdade ou ilusão. Mas o fato era que isso me trazia esperança de que, algum dia, o mundo seria salvo por alguém. À medida que aprendi mais sobre a história da humanidade, minha ideia de transformação do mundo evoluiu daquela visão infantil de super-heróis para gestos humanitários, como abolir as guerras, descobrir a cura de doenças ou acabar com a fome.

Ao mesmo tempo que isso era mais real, continuava sendo utópico, pois eram poucas as pessoas capazes de realizar esses atos que demandavam um esforço muito maior do que me julgava capaz.

Assim que tomei contato com a ciência logosófica, me deparei com um novo conceito sobre “transformar o mundo”. A responsabilidade deixou de ser dos super-heróis, com seus poderes, ou somente dos humanistas, médicos, cientistas e pacificadores; entrou em cena, pela primeira vez, aquele que julgo ser o maior responsável pela mudança no mundo: eu mesmo.

Eu sempre estava reclamando da forma como os outros agem, reparando em seus defeitos, culpando os outros. Mas raramente observava a mim mesmo, a forma como atuava e os meus defeitos. E mudar algo que não depende de você é impossível! Isso me fez olhar para dentro de mim, e vi que era possível iniciar uma mudança; uma pequena mudança.

Mas como a minha mudança iria mudar o mundo?

A prática de novos conceitos

Quis fazer um ensaio. Propus a mim mesmo que, naquele dia, nada afetasse o meu bom humor. Logo que entrei em contato com algumas pessoas, elas estavam com a autoestima péssima e falando sobre acontecimentos ruins.

Em qualquer outro dia, isso me abalaria, mas agora já era capaz de identificar meus movimentos internos, vendo o pessimismo atuar dentro de mim, e estava desenvolvendo recursos e defesas mentais para superar este pensamento negativo. Logo mudei o assunto para algo positivo, trazendo mais alegria e melhorando o ambiente em que estávamos.

Consegui entender o que era mudar o mundo a partir de si mesmo, pois fui capaz de criar momentos melhores para aqueles que estavam presentes, sendo que eles poderiam repassar esse estado de felicidade para outras pessoas. Isso foi o que eu fiz sozinho. Se muito mais gente conseguisse fazer o mesmo, qual efeito isso produziria?

Um requisito indispensável para mudar o mundo é, portanto, aprender a enxergar e atuar nesse mundo interno que cada um traz consigo, onde tem origem qualquer ação – boa ou ruim – que depois nos toca viver no mundo externo.