Caso você ainda não tenha notado, nossos estudos apresentados anteriormente têm seguido a sequência de capítulos do livro “Deficiências e Propensões do Ser Humano”. Portanto, após um exame do próprio mundo interno, buscando identificar as deficiências psicológicas descritas no livro e aplicando o método ensinado pelo autor da Logosofia, passaremos para um trabalho mais intensivo com aquelas já identificadas, as quais aprenderemos a classificar. 

Raumsol divide as deficiências da psicologia humana em três grupos:  

  1. dominantes maiores; 
  2. dominantes menores; e 
  3. benignas. 

Vou explicar agora um pouco de cada uma delas. 

As deficiências “dominantes maiores” são aquelas que influem com maior preponderância sobre nós. Poderia dizer ainda que esses pensamentos deficientes são os que, muitas vezes, descrevem a conduta do ser, como por exemplo: o impaciente, o irritadinho, o intolerante, o apressado, o teimoso, etc.  

Aqui vale fazermos uma pausa. Ao ler as características listadas acima, logo pensei “conheço alguém assim!”. Teria ocorrido o mesmo com você?! 

Por isso preciso fazer uma importante advertência antes de continuar: ao realizar o estudo e a classificação das deficiências psicológicas, devo fazê-lo de maneira particular e individual, ou seja, sou eu observando a mim mesmo e avaliando a minha própria psicologia. 

Então, podemos dizer que o estudo das deficiências se aplica a si próprio; não se trata de “avaliar” ou criticar a vida de ninguém. A observação das deficiências do outro, para fins de superação individual, só será proveitosa se aplicada ao meu propósito de “ser uma pessoa melhor”. Por exemplo, observando a conduta inadequada de outra pessoa (um parente, um amigo, um colega do trabalho), posso empenhar-me em estudar a causa daquela falha – identificar quais pensamentos ou deficiências a levaram a agir assim – para não reproduzir tal feito. 

A estudante de Logosofia Susana Bortolon vai explicar neste vídeo como, ao observar uma deficiência em outra pessoa, pôde perceber refletida em si mesma aquele mesmo pensamento “fera” e vai narrar como essa experiência evoluiu para um “propósito de superação individual”. 

Onde está o problema?

O Reconhecimento das próprias deficiências nos orienta na superação das condições internas e nos torna mais tolerantes com o esforço do outro. Neste vídeo Susana Bortolon, de Florianópolis, nos conta como percebe os erros através de uma vivência.

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Vamos retomar então o propósito deste tema: aprender a classificar as deficiências da psicologia em mim mesmo. 

A identificação das “dominantes maiores” permite que você conheça muito mais sobre você mesmo(a). Mas, ao colocar em prática, não queira avançar rápido demais para as duas outras classificações, porque a habilidade de identificar e classificar os pensamentos deficientes se adquire de maneira gradual, ao longo do seu próprio processo de superação individual. 

Vamos agora passar para a segunda divisão de deficiências da psicologia humana: as “dominantes menores”. Essas são as que se manifestam com menor frequência que as da primeira classificação e sendo também mais difíceis de serem observadas. Porém, elas existem e não tenha dúvida de que estarão prontas para sabotar seus projetos mais nobres, se você não estiver atento a elas e a tudo o que se passa no seu mundo mental. 

Por fim: as “benignas”. Apesar da nomenclatura, as chamadas “benignas” são aquelas deficiências que quase não se manifestam em você e que não comprometem a moral e o conceito que as demais pessoas do seu convívio tenham ou possam fazer de você. 

O autor da Logosofia ensina ainda que, ao longo desse processo de classificação, podem ocorrer ajustes: “É fácil concluir que essa primeira classificação será provisória e terá mais propriamente um caráter de ensaio, pois o natural é que, à medida que o ser proceda a uma autoinvestigação, produzam-se, em sua avaliação, mudanças ao critério anterior.” 

Outra possibilidade é que, sendo esse um processo permanente ao longo da vida, pode acontecer que, por um motivo ou outro, uma deficiência que antes tinha baixa influência na conduta, comece a se apresentar de forma mais intensa e assim deverá ser reclassificada por você mesmo, de acordo com o julgamento da sua própria razão e sentir.  

Por isso é importante que se investigue a fundo a própria psicologia, que se passe em revista todos os pensamentos que tenha na mente, objetivando não dar espaço para que um pensamento “fera”, uma deficiência psicológica, amplie sua atuação. Na verdade, o que se quer é justamente o contrário — que esses pensamentos percam cada vez mais sua força, até que não comprometam sua conduta e seus propósitos mais nobres. 

Agora que aprendemos a classificar as deficiências psicológicas, vamos avançar para as técnicas de como neutralizar uma deficiência. É sobre isso que abordaremos no próximo conteúdo.