À noite leio historinhas para as crianças, antes de dormirem.

Uma cena corriqueira: camas e crianças arrumadas, iniciamos a jornada de leitura.

Comumente, são leituras que trazem valores que podem ser aplicados em suas vidas.

As crianças adoram esse momento de interação, divertem-se e ficam felizes com a minha participação nessas atividades. Eu também me sinto contente com isso.

Uma simples colaboração que o pai ou a mãe pode oferecer na educação dos filhos; momentos ímpares onde a atenção se fixa nas imagens ou histórias apresentadas — olhinhos e ouvidos aguçados.

Passado o tempo necessário, menciono o mantra:

“Concluímos, está na hora de dormir, amanhã tem mais!”

Numa madrugada dessas, acossado por vários pensamentos negativos, eu me levantei da cama e fui ao quarto das crianças para observá-las e cobri-las, devido ao tempo frio. Vi que, felizmente, descansavam tranquilas e serenas.

Fui à cozinha beber água e refleti por alguns minutos que, durante os dias, as semanas e os anos, as atenções individuais concentram-se no trabalho, no aprimoramento profissional ou em adquirir uma posição financeira confortável.

São as principais metas, num mecanicismo secular, automáticas e previsíveis.

As causas são muitas; nós as reconhecemos, mas nos negamos a mudar de regras pessoais em nome do materialismo. Muitos pensamentos são formados por esse ciclo de preocupações, estresse e urgências, e percebi que, nessa noite, o meu recinto mental estava repleto deles.

Já refeito com as defesas mentais necessárias, refleti sobre as consequências dos pensamentos negativos na minha vida, concluí que deveria aumentar o arsenal daqueles mais edificantes e construtivos, em prol de dias mais suaves e tranquilos.

Não estaria sendo honesto com as crianças lendo histórias edificantes, quando meu quadro mental e psicológico era o contrário.

A leitura que realizo com meus filhos tem como objetivo o estímulo ao saber, despertar o interesse na cultura e na prerrogativa do conhecimento. O que posso ensinar está diretamente relacionado ao que faço e vivo, com o auxílio das defesas mentais.

A Logosofia ensina que “Quando presidir sua mente o pensamento que determinará com firmeza sua dedicação ao cultivo desse saber, sentirá nascer fortes defesas mentais em você e começará a desfrutar, com amplitude, da liberdade que ele concede.” 

Dessa forma, aprendo, aplico e ensino, num ciclo vital. Livre para contar as melhores histórias.