Iniciei meu estudo de Aquarela Botânica cinco anos antes de ter acesso aos conhecimentos logosóficos. Naquela época, não tinha a menor noção sobre a troca harmoniosa e sensível que os dois estudos, embora diferentes em conteúdo e objetivo, iriam me favorecer.

Assim como os conhecimentos logosóficos são baseados em princípios e ensinamentos transcendentes, a aquarela também possui, em sua técnica, uma sensível percepção e um olhar delicado que me dá muito prazer.

Ingressei nos meus estudos logosóficos em 2001 em um entusiasmo imenso, aos 60 anos! Nessa época, por causa de um problema físico nas costas, havia parado de pintar e tinha fechado o consultório. Buscava algo para não deixar se instalar em mim o vazio e a minha necessidade interna era a de buscar conhecimentos transcendentes para me nutrir.

Dedico-me sempre aos meus estudos com muita alegria, entusiasmo e tento praticar os ensinamentos com esmero, força e valentia, porque o que mais anelo na minha vida é me lapidar para me transformar, fazendo surgir o meu verdadeiro ser humano.

O Método Logosófico tem orientado os meus passos e tenho conseguido trilhar uma vida superior de Evolução Consciente que me gera muito estímulo, alegria, paz, serenidade, muitas realizações e muitos acertos conscientemente vividos.

O trabalho de atenção consciente

O que isso tem a ver com o título desse pequeno artigo: “Aquarelando minha evolução consciente”?

Bem, passei a viver minha vida em observação e atenção consciente, uma vez que descobri a responsabilidade que tenho, perante a mim mesma, para transformar o meu caminhar em excelência do meu próprio existir.

Tem sido extremamente prazeroso ter descoberto que cada passo que eu dou tem a sua correspondência transcendente e que, dependendo da forma com que eu atue ou me posicione, posso estar a meu favor ou contra mim.

Voltei a pintar minha aquarela!

Que prazer imenso tenho vivido com minha consciência, podendo registrar, a cada pincelada, o desenvolvimento e a realização de tudo que estou aprendendo e das mudanças alcançadas. Ao realizar as minhas pinturas tenho tido oportunidade de refletir sobre os meus movimentos mentais e sobre minha conduta, conversando com ela o tempo todo, me alertando em uns momentos, me parabenizando em outro e me mostrando como eu devia ter agido em determinada hora. Tem sido um diálogo íntimo, intenso e construtor que só está sendo possível por eu poder entender e realizar esse grandioso processo.

Ora ela me diz: tenha paciência, não se apresse, espere a tinta ser absorvida; noutro momento: veja o momento certo, agora não dá, espere secar bem; em outro: é melhor você dar uma paradinha, se distancie um pouco do trabalho; em outro: viu como você conseguiu?

Existem também os momentos onde ela me mostra que eu devo respeitar a minha medida mesmo tendo a vontade de aquarelar. São aqueles em que por pura obstinação eu resolvo que sim e pronto. E aí vem “chumbo grosso”. É o momento onde mesmo com a técnica, a inspiração não vem, e tempo depois tenho que guardar tudo, pois não era mesmo a hora de aquarelar.

Todo esse diálogo íntimo me dá a certeza de que tenho realizado muitas coisas em meu processo e que alguns ensinamentos já se transformaram em conhecimento e já fazem parte da minha história evolutiva.

Quero deixar registrado o ensinamento condutor de meu caminhar que me traz imensas alegrias e um sentimento de gratidão por minhas pequenas vitórias. Está no livro Senhor de Sándara, 472 – § 1º

“O homem foi criado, pois, com uma individualidade própria e dotado de todos os atributos indispensáveis para evoluir por si mesmo em direção a um fim superior. Tais atributos se concretizam numa mente com capacidade retentiva e criadora, numa consciência onde se registram seus adiantamentos e se verificam os câmbios transcendentais de sua evolução, e numa facilidade ou aptidão para sobrelevar e assimilar as experiências, filtro psicológico decantador do néctar puríssimo do conhecimento que oculta suas lições sob a aparência material dos fatos, sejam estes excepcionais ou comuns. Os mencionados atributos configuram, com inteira clareza, um ser extraordinariamente constituído, que é animado, além do mais, por um espírito de essência eterna.”