Quando eu era mais nova, obediência para mim significava seguir aquilo que meus pais me pediam para fazer. À medida que crescia e observava à minha volta, percebi que eu também deveria obedecer, não apenas em casa, mas em muitos outros lugares e situações! Por exemplo:
Um dia, perguntei-me o que aconteceria se eu fosse desobediente nessas situações. E me dei conta de que essas regras existem para o meu próprio bem, e que quando as sigo sou eu a maior beneficiada, além de – claro! – beneficiar os demais.
Na adolescência, passei um ano em outro país, longe de casa, e tive minha primeira grande experiência com a liberdade. Meus pais, que até então tinham sido meu norte em relação ao que eu podia ou não fazer, estavam a milhares de quilômetros de distância e não podiam ser consultados a cada passo que eu precisasse dar.
Nesse período eu tive, portanto, que optar por mim mesma – tive que delimitar, por conta própria, a minha liberdade.
À medida que vivia as experiências, via que eu não atuava de forma muito diferente daquela que meus pais me orientariam, caso estivessem presentes. A partir dos resultados daquilo que então eu mesma decidia, compreendi por que a forma de atuar que meus pais me indicaram era realmente a melhor.
Quando eu simplesmente obedecia de forma passiva, não pensava e, por isso, tinha dificuldade para obedecer. À medida que passei a refletir a respeito do que eu realmente pensava e sentia frente às situações, pude começar a perceber o que era verdadeiramente correto e a quem deveria obedecer. Entendi que devo obedecer a mim mesma em primeiro lugar, ou seja, à vontade ditada por meu pensar e meu sentir.
Desde então, sinto-me mais livre. Obedecer a mim mesma não me impede de obedecer aos demais e às circunstâncias, pois consiste num convite para que eu viva as mesmas situações de forma mais consciente.
A possibilidade de pensar, refletir e raciocinar frente ao que vivo é uma oportunidade que tem permitido ampliar a minha liberdade – e a minha vida.