Ou seja, para a Ciência Logosófica, a fixação do conhecimento na consciência é um princípio de evolução.
Os altos voos do conhecimento
Vamos imaginar que um aspirante a piloto de avião leu todo o manual de operação de uma aeronave específica. Ele tem todas as informações teóricas necessárias para a pilotar, mas tem conhecimento? Na verdade, o aspirante precisará de horas e horas de simulação e, posteriormente, de voo, para ser considerado apto a pilotar, pois só assim terá adquirido o conhecimento de fato. A informação só se transforma em conhecimento quando se consolida na consciência através da experiência. Para transformarmos informação em conhecimento, necessitamos da intervenção da consciência como fiel depositário das informações consolidadas.
Voltemos ao nosso piloto. Ele leu o manual, realizou as simulações, voou por muitos anos até se tornar um especialista naquele tipo de aeronave. Um profissional assim poderia muito bem se acomodar. Mas algo nele o induz a querer mais. E se, por exemplo, ele aprendesse a pilotar helicópteros? Nesse momento começa a funcionar o sistema reverso, pois o ser consciente passa a buscar novos caminhos e desafios. A consciência exige conhecimentos cada vez mais amplos!
Graças à consciência, nosso piloto pode voltar ao início do aprendizado quantas vezes quiser, mas sempre numa condição melhor. Aprenderá a pilotar outras aeronaves e, a cada novo reinício, o caminho ensina novas lições. Aí está o caráter dinâmico da dupla conhecimento e consciência: o conhecimento alimenta a consciência e esta, por sua vez, convida-nos a buscar mais conhecimento, numa espiral crescente.
Conhecimento infinito, vida finita?
É possível que um piloto aprenda absolutamente tudo sobre aviões em uma vida? Parece-nos que sim. O conhecimento técnico pode ser sempre aperfeiçoado, mas será limitado por sua finalidade. Mas se a consciência nos exige conhecimentos cada vez mais amplos, o que ela faz quando chega aos limites do conhecimento técnico? Bom, ela então exigirá outro tipo de conhecimento, um que seja infinito. Chamamos de conhecimento transcendente aquele que supera os simples limites do mundo comum, tornando-se, por isso, infinito. Mas como podemos acumular conhecimento infinito se temos um corpo perecível? Para a Logosofia, a resposta é o espírito.
Ela nos sugere que todo conhecimento humano de ordem transcendente é acumulado no espírito, que é eterno. Assim, esse acervo nunca se perderá, e o indivíduo poderá avançar em seu processo de evolução. Se não contássemos com esse cofre eterno, todo nosso tesouro se perderia ao final da vida, zerando assim a conta de conhecimentos. Agora, se esses conhecimentos que trazemos na herança espiritual vão crescer, frutificar e gerar outros, isso dependerá da consciência. E é então que a dupla dinâmica entra novamente em cena.