Há um tempo atrás, um dos meus filhos adolescentes veio com a seguinte pergunta:
“Mãe, como posso ter mais confiança em mim mesmo? ”
Naquele momento, voltei ao tempo em que eu tinha a idade dele e localizei um pensamento negativo, enquistado na mente da adolescente que fui, que exercia forte pressão sobre a minha vida: a inibição. Recordo que era inibida para fazer novas amizades, para apresentar um trabalho frente aos colegas de classe, e também na modalidade esportiva que eu treinava. Sempre me achava com menos habilidade que as outras atletas, sentindo-me sem confiança em mim mesma.
Diante do olhar inquieto do meu filho, fui manifestando a ele como fui superando essa falha e a maneira que encontrei para me corrigir e afastar da minha mente aquele pensamento que debilitava tanto o meu ânimo.
Os estudos logosóficos proporcionam-me muitos recursos que colaboram na condução do processo educativo dos meus filhos, e, no caso específico desse filho, transmiti que podemos combater os sintomas desse complexo de temor, vergonha e covardia que é a inibição, ou impedir sua aparição. Fui fazendo perguntas a ele, como: quando você sente a falta de confiança? Ela aparece com frequência?
Ele respondeu que ficava inseguro antes de receber a convocação para os jogos de campeonatos que iria disputar, pensando que não seria chamado, e, quando era chamado, sentia medo de cometer erros durante o jogo e prejudicar sua equipe; também relatou que sentia medo de não ir bem nas apresentações de trabalhos e provas escolares.
Como mãe e educadora, senti uma grande responsabilidade e oportunidade de colaborar com meu filho para a construção desse grande valor que é a confiança em si mesmo.
Usei a imagem analógica de um mar com ondas grandes e, como ele gosta de surfar com o pai e o irmão, levei-o a observar quantas vezes entrou no mar e enfrentou o temor, quanta valentia ele cultivava, quanta força, tanto física quanto mental, eram necessárias para lhe acompanhar naquela situação.
Perguntei-lhe quais pensamentos tinha quando entrava no mar. Ele respondeu que eram pensamentos de coragem, de entusiasmo, de alegria por estar ali com o pai e o irmão.
Então, disse-lhe que esses são os pensamentos que ele poderia selecionar para ensaiar novas atuações mais positivas e acertadas naquelas outras situações de sua vida, afastando o pensamento que não é amigo — o da inibição, o da falta de confiança.
Como estímulo natural e positivo, cada vez que ele tem alguma atividade avaliativa, eu falo para ele: você leu, estudou, esforçou-se, você está preparado, chame os melhores pensamentos e confie em você!
Da mesma forma, quando tem jogo de campeonato, recordo junto com ele dos seus treinos diários, realizados com tanta dedicação, e animo-o para que, quando entre em quadra, faça o seu melhor.
Tenho observado que é um processo gradual e constante, que as correções devem ser formativas, construtivas, mostrando ao meu filho que ele pode superar essa característica que estava nublando sua mente, promovendo uma mudança em sua conduta e que ele pode fazer o sol brilhar em sua vida.