Comportamento

A força do querer na vida profissional

novembro de 2025 - 3 min de leitura
Comportamento

A força do querer na vida profissional

novembro de 2025 - 3 min de leitura

Ao terminar o ensino médio, recém-saído da pandemia e ingressando na juventude, eu ainda não tinha clareza sobre o que queria para minha vida profissional. Porém, ao ingressar na universidade de Direito, passei a conhecer áreas que despertaram meu interesse e fascínio. Assim, logo idealizei o objetivo de ser bem sucedido naquilo que eu viesse a realizar.

Conforme os semestres avançaram, as responsabilidades aumentaram, e eu me via pressionado por inúmeros afazeres, sem conseguir conciliar o trabalho com os estudos – que eu desejava priorizar. Isso me causava grande desconforto interno, fazendo-me sentir ansioso e apressado. 

Diante disso, no final de 2023 tomei uma decisão importante: pedi demissão do meu emprego matutino em um escritório de contabilidade. Mantive a graduação e o estágio no período da tarde e, dessa maneira, conquistei mais tempo para me dedicar aos estudos. 

Ao repensar minha rotina, organizei-me e elaborei um plano de estudos voltado para a carreira que eu almejava naquele período, adquirindo os materiais necessários e dando o primeiro passo com muita determinação. Com o tempo, adaptei-me ao planejamento estabelecido e desenvolvi uma forte disciplina, cumprindo as metas que havia definido

Todavia, meses depois, tive a oportunidade de entrar em contato com a carreira para a qual vinha me preparando, observando na prática a teoria que, até então, conhecia apenas pelos livros. Logo, comecei a perder a motivação, pois percebi que não era, de fato, o que eu queria para a minha vida. A partir disso, mergulhei em inseguranças e deixei de enxergar um propósito profissional.

De repente, comecei a duvidar do meu querer inicial e a identificar vários pensamentos negativos que me fizeram perder noites de sono. Depois de muitas reflexões e de um ato de valentia, pude perceber que não faria sentido abandonar todos os estudos apenas porque já não tinha a mesma convicção sobre uma carreira específica. Ao recorrer a essas reflexões e ao pensar – recursos que a Logosofia apresenta como faculdades da mente  – fui tomado por uma grande alegria, pois a partir de então pude reformular meus objetivos e abrir novas possibilidades para o futuro.

Recordei que meu propósito inicial era, simplesmente, estudar. E, por mais  evidente que isso possa parecer, demorei a identificar. Compreendi que os conhecimentos que eu estava adquirindo não eram importantes somente para a graduação, mas também para minhas metas futuras – e essa consciência me encorajou ainda mais a prosseguir. 

Tive que me reorganizar no caminho que havia inicialmente planejado, e a perseverança foi a chave que me fortaleceu, pois me permitiu cultivar pensamentos mais otimistas. Criei defesas mentais para me recolocar no ponto de partida e impedir que meu querer fosse dissipado por pensamentos alheios à minha vontade – pessimistas e desprovidos de toda virtude. 

Nessa experiência, fui capaz de manter o sentimento de querer intacto e, aos poucos, percebi que minha aspiração profissional tomou outros rumos, ultrapassando a simples busca pelo sucesso e evoluindo para uma visão mais transcendente. Assim, esse querer permaneceu inalterável, guiando-me para avaliar se os esforços que tenho feito estão alinhados com aquilo que aspiro e com aquilo que sinto como uma necessidade imperiosa da minha alma.

Antes de tudo, meço a distância que devo percorrer até alcançar o objetivo e preparo minhas forças. Penso em seguida se esse objetivo convém à minha sensibilidade e se, ao alcançá-lo, adiciono algo que enriqueça espiritualmente minha vida ou lhe dê mais felicidade. Uma vez resolvido, excluo de mim todo engano, com o que a ilusão já não tem mais guarida. Jamais apresso o processo de aproximação ao objeto querido, mas com firmeza mantenho em mim o propósito, rodeando-o com todo o meu amor e meu respeito. Quando chega o momento da posse, nunca penso que é um triunfo meu, porque mancharia a pureza do sentir. Meu pensamento vai ainda além: penso como conservar esse bem, sem menoscabar jamais o valor e a ventura que ele representou para mim no instante em que a posse culminou.

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