Há poucos dias, presenciei uma tempestade diferente — interna, dentro da minha mente. Os danos dessa tempestade circunstancial foram vários: um ambiente formado pelo estresse e por adversidades no meu mundo particular, acompanhado por pensamentos e sensações negativas.

Eu me esforço em planejar, em me capacitar e em ter projetos organizados no intuito de cumprir com todas as obrigações cotidianas.

Para economizar tempo, coloco em pauta, em primeiro lugar, as coisas mais importantes e, depois, as de menor importância. Um procedimento que não perturba meu sono nem meu dia, quando, claro, tudo caminha em céu de brigadeiro!

Na natureza temos os ventos, as nuvens carregadas, os relâmpagos e os trovões anunciando chuvas e tempestades, algo que venho aprendendo, ao longo do tempo, observando a Criação; sempre nos protegemos quando se avizinha uma tempestade. Meu pai sempre me disse que “com muita água não se deve facilitar”.

Nesse dia tempestuoso que vou relatar, não recebi um aviso sequer de que as coisas poderiam acontecer ou algum sinal externo apontando tormentas à frente. Percorri a rotina diária, como em outro dia qualquer, com muitas atividades profissionais e familiares.

Inesperadamente, um equipamento eletrônico foi danificado; naturalmente essas coisas acontecem, pensei. Logo em seguida, o meu carro precisou de uma manutenção; levei-o ao mecânico, analisei: “faz parte!” Ao retornar ao escritório, pensando em como resolver o problema, o funcionário me disse que o equipamento reserva também havia se estragado, e o técnico não se encontrava na cidade.

Muitos problemas ao mesmo tempo, mas eu precisava resolvê-los. Avisei aos familiares que demoraria mais tempo até chegar em casa para solucionar esses percalços e que retornaria a pé, pois o carro não tinha sido liberado pelo mecânico.

Sozinho, os pensamentos começaram a se manifestar na minha mente, como a chuva fina que penetra na terra vermelha e seca. Quantos vieram? Muitos, em bandos! E os negativos se sobressaíram…

Por que isso acontece? Sou eu quem provoca esses problemas? Sentei-me em uma cadeira, busquei um pouco d’água e comecei a pensar. Pois, assim, tenho aprendido: a pensar!

Como espectador de mim mesmo, fui observando aquele emaranhado de pensamentos, cada qual com o seu conteúdo e formato. A maioria queria que eu desistisse, colocasse a culpa no acaso, etc. —somente pensamentos de reclamação e pessimismo. Que luta!

No meio desse centro de energia negativa, promovido por aqueles pensamentos, percebi ser vítima de suas ações; sofri as consequências semelhantes ao encharcamento que uma tormenta promove. Como um pensamento pode trazer dificuldades ou consequências negativas para alguém? O que me falta para impedir sua ação?

Uma ideia surgiu, iluminando a minha mente, e eu falei para mim mesmo: “não posso ficar aqui lutando contra estes pensamentos e perdendo meu tempo precioso!” Liguei para um colega de trabalho e pedi ajuda, solucionando o problema do equipamento.

Permaneci um pouco mais no trabalho, refletindo sobre aquela experiência. Aos poucos, fui percebendo que os pensamentos negativos se afastavam da minha mente, por ação do meu esforço para que alcançassem seu objetivo de perturbar meu equilíbrio interno por mais tempo.

Recordei que a Logosofia ensina a “ver, em cada observação ou correção que seu comportamento mereça, uma oportunidade de melhorá-lo; se você não a aproveita, deixará passar uma preciosa oportunidade.”  

O novo ser que procuro forjar luta constantemente com o velho ser, com suas dificuldades e tempestades internas desnecessárias.

As adversidades acontecem e preciso estar atento para estabelecer uma ordem interna na mente e criar defesas mentais formadas por pensamentos previamente estabelecidos que, diante das dificuldades que a vida me apresente, permita-me superá-las e encontrar as soluções mais felizes.

Saí confiante dessa experiência, porque sei que novos fatos imponderáveis podem acontecer, porém estarei mais preparado para as próximas “chuvaradas”!