É bem conhecida a história do pote. Conta-se que um professor colocou um pote de vidro em cima da mesa e o encheu de pedras grandes até a boca. Perguntou então aos alunos se o pote estava cheio. Estes responderam que sim. Em seguida, o professor colocou pedras pequenas no pote e, novamente, perguntou se o pote estava cheio. Os alunos admitiram que, agora sim, o pote estava cheio.

O professor ainda colocaria no mesmo pote areia fina e depois água. Ao inverter a operação, colocando no pote primeiro a água, em seguida areia, pedras pequenas e pedras grandes, todos estes elementos não couberam no mesmo pote.

Essa experiência ensina, de forma análoga, sobre a importância de saber priorizar o tempo. É comum, ou ao menos escuto de muitos, reclamar da falta de tempo para fazer o que se quer ou necessita. Eu mesmo já o fiz. Porém, priorizar ou dar prioridade ao que quero fazer, planejando meu tempo, permite que eu produza muito mais.

Comparo o pote à minha vida: as pedras grandes são as coisas que ocupam mais tempo, ou são mais importantes – família, profissão, por exemplo -, e as menores, as coisas que ocupam menos tempo, ou distrações de forma geral – academia, redes sociais, etc.

Comumente, não se organizam as tarefas diárias, nem se planeja a ordem em que serão colocadas no pote. O problema é que, se colocarmos pedras menores primeiro (a exemplo do que ocorre quando me proponho a estudar algo, mas vou olhar minha rede social antes), faltará tempo para o que eu tinha me proposto.

Ao iniciar este ano, as tarefas habituais, de trabalho e outras mais, retornaram ao seu ritmo normal. Minha mente, no entanto, ainda estava no ritmo das férias. Um dia, com algumas coisas por fazer, decidi deixá-las para depois, e, para relaxar, resolvi jogar videogame. Depois trabalhei um pouco, mas não terminei a tarefa.

No dia seguinte, como novas coisas surgiram, eu me vi com pouco tempo para fazer tudo. Ao invés de reclamar da falta de tempo, decidi pensar, recordando-me da imagem do pote. Forcei minha mente a trabalhar primeiro com aquilo que defini como prioritário, mesmo com a vontade de me entreter com jogos eletrônicos — um passatempo que me agrada. Resultado: fiz tudo o que necessitava, e ainda sobrou tempo para jogar um pouco, saciando a vontade.

Priorizar, portanto, significa colocar em primeiro lugar o que considero essencial, e não somente dar importância a algo. O interessante é que, fazendo isso, não faltará tempo para as distrações, de forma que não há prejuízo em deixá-las para depois. Diria até que se tornam mais prazerosas, já que são desfrutadas sem a pressão de pendências.


Augusto Salles é casado, tem uma filha, é empreendedor e consultor de negócios. Gosta de ajudar pessoas, é criativo e tem interesse em temas ligados a ciência, universo e concepção humana. Iniciou seus estudos de Logosofia em 2008 e sente gosto em poder compartilhar experiências e aprendizados que teve com essa ciência.