A faixa dos 20 anos é caracterizada pela faculdade, iniciar a vida profissional e morar com amigos. Na maior parte das vezes, são todas atividades que demandam tempo e em alguns momentos esperamos pelas férias para podermos ir à praia, se divertir com os amigos, colocar as séries em dia, enfim, mudar de atividades. 

Ao observar as últimas férias que tenho vivido,  já sabia mais ou menos o que esperar, muitas atividades sociais, sono desregulado e falta de vontade, tudo isso alimentado pelo pensamento:

“estudei e trabalhei tanto esse ano, deixa eu aqui sem fazer nada, mereço!”.

E nesse loopping eu iria passar os dias.  

Decidi que não queria mais viver desta maneira!  Perguntei-me o que poderia fazer para aproveitar melhor esse tempo de férias e estar mais consciente ao vivê-lo?  

Com o propósito em mente, fui realizar minhas atividades habituais. No início das férias, assisti um vídeo de uma atleta cruzando a linha de chegada de uma maratona e com isso, considerei as oportunidades que teria ao fazer o mesmo. Eu me colocaria em movimento, diante de uma atividade nova e poderia expandir meus horizontes, precisaria me concentrar e estar bem fisicamente,  e em decorrência disso, deixaria de ir em tantas atividades sociais. Também teria que me organizar quanto ao sono para correr bem e a prática da corrida diária, o que me faria recordar todos os dias do meu anelo de superação.  

Me inscrevi numa corrida, mas havia um detalhe! Eu nunca havia corrido.  

No dia seguinte ao acordar, meus pensamentos de superação deram espaço aos pensamentos de falta de vontade:

  • “acho que não vou conseguir, nunca fiz isso.”
  • “E se eu não conseguir, vou passar vergonha.”;
  • “eu não preciso disso, vou ficar em casa!”. 

Aprendi com o estudo logosófico que o pensamento se alimenta da ação, e ao observar esses pensamentos que passavam em minha mente, me perguntei, “se ceder espaço a esses pensamentos, quando que vou realizar meu propósito?”.  

Rapidamente troquei de roupa, enquanto trocava os pensamentos e me recordava dos propósitos formados comigo mesma! Ao chegar à academia me sentia estimulada. Neste momento pude comprovar, alimentei o pensamento de me superar ao direcionar minha ação para aquilo que me fazia bem e distanciei aqueles que eram contrários.  

Com o passar dos dias, fui me sentindo fisicamente cansada, mas ao observar que meus propósitos estavam se materializando, me preenchi de estímulos, uma força que diariamente colaborava para ir treinar. Contudo, não foi fácil abandonar o estilo de vida sedentário e passar a me exercitar todos os dias. Por este motivo, precisei procurar no meu interno novos recursos para me manter no propósito. Logo, observei que poderia utilizar a imaginação a meu favor; ao me sentir cansada, formava a imagem de cruzar a linha de chegada, e repetia constantemente esse momento na minha mente. 

Passado o mês, chegou a data da corrida, acordei muito feliz! 

Ao chegar no local de partida, os pensamentos ainda tentavam me convencer de que eu não era capaz sugerindo coisas como:

  • “já treinou, não precisa correr mais hoje”,
  • “você não vai conseguir, tem tanta gente aqui melhor que eu”. 

Mas decidi utilizar todos os recursos que fui aprendendo com essa experiência, e me fortaleci. No meio do percurso, me recordei de algumas coisas que pude conquistar nessas férias; estive mais presente com meus familiares, dediquei mais tempo aos meus estudos acadêmicos e aprendi uma nova modalidade de esporte.

E o mais importante de todos os aprendizados, comprovei na prática que o pensamento se alimenta da ação.