Outro dia, ao participar de uma reunião, comecei a reparar na fisionomia de cada um ali presente e percebi alguns traços de mau humor, de tensão, tristeza, indiferença e até passividade. Em apenas uma pessoa, através de seus olhos, pude ver e sentir alegria e vibração. Foi aí que pensei: Como está a minha fisionomia hoje? O que ela está demonstrando? Estaria influenciando no ambiente da reunião?

Dei-me por conta, que refletia uma carranca de desânimo e senti um grande desassossego. Por que estava assim? Pensava, naquele momento, que tinha um grande problema profissional a resolver.  Recordei de muitos outros fatos, problemas e situações semelhantes que já havia superado com êxito e que provaram minha capacidade de resistir e me sair bem e feliz frente a elas.   Decidi, então, encaminhar com um pouco de esforço e boa vontade, mais uma solução feliz.

Observo existir uma tendência inerente a todo ser humano, que é a de  super dimensionar um problema logo que se depara com ele. Não percebe que perde tempo e muitas energias para conseguir resolvê-lo. Tenho aprendido, que “os problemas devem ser colocados dentro da vida e não a vida dentro deles”, dando-lhes a dimensão que merecem em comparação com outros aspectos da vida que também necessitam de atenção e encaminhamentos.

A mudança de fisionomia pelos pensamentos

Atuando com esse conhecimento (novo conceito), observei que os pensamentos foram serenando e recordei com gratidão das conquistas e realizações que tive. Rapidinho busquei me recolocar e foi interessante notar que a tensão dos músculos da minha face foi aliviando, as rugas na testa se desfazendo e surgindo, naturalmente, um esboço de sorriso nos lábios.

Como investigadora da ciência logosófica, encontrei algo interessante e muito esclarecedor relacionado a essa vivência que tive:  “As fisionomias se definem pela natureza dos pensamentos que predominam na mente e orientam a conduta do ser. Se são elevados e nobres, se são regidos por normas superiores de sadia convivência, no rosto transparecem, com diáfana clareza, estados internos e modalidades do caráter que inspiram confiança e simpatia”.

Será que foi fácil identificar aquele movimento mental e sensível? Para quem busca conhecimentos sobre sua psicologia e se observa, essa condição passa a ser natural. Por isso, tenho me esforçado para identificar e selecionar meus pensamentos, de modo a não me deixar afetar pelas circunstâncias.

Muitas vezes o mau humor, a contrariedade, o incômodo, o desassossego e até a impaciência se prolongam, enquanto a causa dessas reações não é encontrada ou enfrentada, pois não sendo resolvido o problema, as reações desse estado interno acabam sendo levadas para outros ambientes, gerando conflitos e inúmeros transtornos pessoais ou graves problemas de convivência pessoal.

No meu caso, vi ali atuar a força de conhecimentos que, aliados à experiência de vida, me permitiram mudar meus pensamentos, estar mais atenta e consciente em tudo que faço e ocorre ao meu redor e esforçar-me para extrair algo útil e bom para minha vida e poder colaborar com os demais.

Busquei manter o ânimo ágil para enfrentar as lutas, que são parte da vida, sem me deixar abater pelos problemas circunstanciais, tratando de encontrar soluções para eles.

Perguntar-me diariamente como está minha fisionomia, colabora para estar mais consciente e buscar ser mais afável e simpática nas minhas relações. Em consequência, observo que se meu rosto espelha a fisionomia dessa realidade interna, apresentando-me mais serena e feliz, estarei colaborando na harmonia e na melhora dos ambientes que frequento e atuo.