A felicidade é algo que o ser humano procura desde os tempos mais remotos. Diversas abordagens — filosóficas, religiosas, psicológicas, etc. — empreenderam essa desafiadora busca. Por outro lado, muitos não sabem como a encontrar, o que dá origem a grandes inquietudes.
Há alguns anos, refletia bastante se teria um futuro feliz. Minha ideia de felicidade estava muito associada simplesmente a ganhar muito dinheiro, ter muitas posses materiais e a “ser uma pessoa de status”.
Tal cenário me deixava altamente inquieto e, às vezes, angustiado e pessimista. Isso se dava pelo fato de que, na época, estava apenas iniciando a minha vida profissional, cursando os primeiros períodos da graduação, colocando assim a felicidade em um lugar ainda distante.
Além disso, o cenário atual de um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e mais exigente fazia tudo parecer mais difícil.
Por outro lado, desde então, ao me tornar um estudante de Logosofia, tenho podido modificar a minha forma de pensar. Algo que percebi é que tenho “várias vidas” dentro da minha vida — a acadêmica, a profissional, a familiar, a social, a espiritual – e que é necessário encontrar um equilíbrio entre elas para viver melhor.
Tenho aprendido que a felicidade é algo que a vida outorga através de pequenas porções de bem, e que não se deve buscá-la em um só ponto. Estas são ideias que busco carregar sempre comigo.
A partir disso, tenho procurado a minha felicidade nessas pequenas porções de bem. Compreendo que isso significa tentar fazer o melhor que posso, para mim e para as pessoas ao meu redor, nos diferentes campos da minha vida: para ser um melhor estudante, um melhor filho, um melhor amigo, etc.
Observei então que as porções de felicidade são colhidas nos resultados das ações diárias, o que difere da ideia de colocá-la em um único ponto, em um acontecimento grandioso ou em algo distante. Juntando tais fragmentos, é possível construir a felicidade como um todo.
Recentemente vivi uma experiência que ilustra isso. Um familiar, que mora comigo, pediu-me para pintar algumas paredes da casa. Tratava-se de uma tarefa trabalhosa, que me tomaria bastante tempo. Em um primeiro momento, tive a reação de reclamar e não querer fazer o que me foi pedido.
Porém, depois, ainda um pouco contrariado, decidi começar a atividade. Percebi então que, para torná-la menos penosa, deveria trocar o pensamento de reclamação pelo pensamento de colaboração.
Com esse objetivo claro, no final das contas acabou sendo uma atividade prazerosa, além de uma oportunidade de colaborar com as tarefas de casa. Diante do resultado final, observei então que estava experimentando uma dessas pequenas porções de felicidade.
Atualmente posso me considerar mais feliz do que fui no passado. Descobri que a felicidade está em realizar atividades úteis, bem como em desfrutar do tempo com minha família ou meus amigos, em contemplar a natureza, em perceber que a minha conduta hoje é melhor do que a de ontem, dentre várias outras coisas.
Evidentemente, na vida há também momentos de tristeza, mas compreendo que existem meios para superá-los. Ser bem sucedido profissionalmente e poder ter uma vida financeiramente confortável é algo de grande importância, pelo qual também se deve correr atrás.
Entretanto, a vida oferece magníficas oportunidades e é possível encontrar felicidade nas mais diversas fontes!