Conta-se que Carlos Bernardo González Pecotche, pensador argentino e criador da Logosofia, passou pela dolorosa experiência de ter seu único e adorado filho, Carlos Federico, afastado de si por um longo período, devido a graves problemas respiratórios. O tratamento exigiu que o jovem fosse encaminhado à rarefação dos ares nas serras de Córdoba e, posteriormente, nas altitudes andinas de Mendoza.
Após o falecimento de ambos, respectivamente em 1963 e 1964, a viúva e mãe retirou alguns trechos de cartas que González Pecotche enviara a Carlos Federico e, com eles, compôs e editou o livro Bases para sua conduta, dedicado à juventude.
O livro tem o calor das coisas que saem do coração, no sentido pai—filho. Apresenta sua mensagem sob a forma de conselhos práticos, encorajadores e estimulantes.
Todos sabemos que a juventude necessita de muito afeto e orientação. Há nos jovens um vazio natural que os estudos não preenchem. Nos dias de hoje, porém, quase só encontram estímulo para seus instintos. É como se os gozos fáceis pudessem aplacar sua sede de luz e de calor. Existem jovens maravilhosos, que têm tudo, mas sofrem pela falta de uma razão para viver, um ideal superior que lhes conquiste o coração.
Nesse curto e cálido livrinho, o conteúdo é aplicável também às moças, com algumas poucas adaptações. Traz conselhos sábios sobre o estudo e a observação, a expressão do pensamento, o aproveitamento do tempo, a edificação do futuro econômico, as lutas da vida, a experiência do amor, o cultivo da valentia, e muitos outros assuntos de interesse juvenil.
Diante do consabido fato de os jovens jogarem toda a sorte numa cartada só, colocando a vida inteirinha dentro de um único frasco, o autor de Bases para sua conduta pondera que
A felicidade é algo que a vida nos outorga através de pequenas porções de bem. Comumente a gente a busca com os olhos postos num só ponto. Se esse ponto fracassa, se este objetivo desaparece, a vida decai, sobrevindo a dor, o ceticismo, a decepção.
Destacando tão-só mais uma pérola do interessante livro, transcrevemos o seguinte parágrafo:
O homem deve pertencer somente a si mesmo. Eis um princípio fundamental que você não deve esquecer e que será sua melhor defesa contra esses pensamentos que governam a mente dos desprevenidos, convertendo-os rapidamente em escravos