Os avós representam segurança, confiança e um amor incondicional. São o ponto de partida e a base para continuar evoluindo. Nossos filhos, que foram educados por nós e que por lógica aperfeiçoaram a educação que receberam, agora educam seus filhos. Nosso dever é estar sempre do lado, apoiando essa luta de aperfeiçoamento e superação. 

Que extraordinária missão é a nossa! Através da vida de nossos netinhos, da educação que recebem dos pais, podemos avaliar e apreciar o trabalho que realizamos no passado, quando educamos nossos filhos. E, muitas vezes, temos tempo para rever certos aspectos e aperfeiçoar também nossa condição de pai e mãe, enquanto orientamos e aprendemos com nossos filhos adultos e agora pais. Não é fantástico? 

Observamos nossos atos se repetindo e se aperfeiçoando e somos capazes de desfrutar desses momentos com maturidade e alegria, vendo o esforço que nossos filhos realizam ao educar e cuidar de nossos netos. Nossa colocação deve ser sempre serena frente aos fatos. Podemos colaborar quando julgamos necessário e oportuno. Podemos também aprender muito com eles, que foram capazes de aperfeiçoar o que já lhes havíamos ensinado. Posso afirmar que aprendo com meus filhos, genros e nora, a ser mãe e avó. Tenho vivido lindas experiências nesse sentido! 

Sou avó de cinco netinhas: Lara de 12 anos, Isadora de 11 anos, Luiza de 10 anos, Julia de 7 anos e Rafaela de 5 anos. 

Preparando-me para o nascimento delas, propus-me realizar uma tarefa que considerei um verdadeiro exercício de rejuvenescimento, pois, enquanto esse exercício se desenvolvia, sentia-me alegre e revigorada. Pensei muito na importância do meu papel como vovó, na vida de minha família, na minha missão como mãe; pude viver e recordar um bonito tempo de minha vida. Experimentei gratidão a Deus por ter tantos momentos felizes para recordar. 

Antes de elas nascerem, preparei para os futuros papais e mamães um presente muito especial: recordações do início da vida dos meus filhos, dos primeiros anos da infância. Naquele pacote havia muitas lembranças! Foram dias juntando tudo o que eu julgava importante para aquele rico presente: fotos, anotações, bilhetinhos, trabalhinhos de escola, um álbum com muitos registros que fiz dos primeiros anos de vida deles e até roupinhas de quando eram bebês. Contei, com detalhes, toda a emoção e alegria que eu e toda a família vivemos quando eles nasceram. Contei a eles, em uma longa carta, uma história que já conheciam, mas que naquele momento, e da forma como preparei, teria outro sabor. Enquanto contava essa linda história, recordei da minha infância, de fatos importantes vividos com meus pais e irmãos, que também estavam presentes naqueles momentos de recordações. Escrevi uma carta para as netinhas que iam nascer, contando como tudo foi preparado para a chegada delas: com cuidado, amor e afeto! Disse-lhes que, com o mesmo cuidado e afeto, foi preparada também a chegada do papai e da mamãe delas. 

Enquanto preparava esse presente tão especial, com tanta vida, experimentava intensamente as mesmas emoções daqueles dias — com mais maturidade, é lógico! Maturidade e consciência da importância do trabalho que realizei como mãe, o que enriquecia cada uma dessas emoções. Eu sabia o que esse presente iria significar para os futuros papais e mamães: uma consciência maior do que viveram e da missão que teriam como pais. Enviei por Sedex, para que o recebessem num sábado, quando teriam tempo para desfrutar. O resultado vocês podem imaginar!  

Senti que estava me preparando para ser avó, enquanto enriquecia também esse momento da vida de meus filhos, mantendo assim viva, muito viva dentro de mim, parte de minha juventude. 

Ser avó é ter oportunidade de renovar, ampliar e superar na vida a condição de ser pai e mãe. 

Enquanto colaboramos com nossos filhos e netos, deparamo-nos com a realidade, que nos mostra que aprendemos muito durante a vida e que não somos mais os mesmos de quando nossos filhos nasceram e viveram os primeiros anos da infância. Por isso, é um exercício de aperfeiçoamento e troca. Podemos ensinar muito e também aprender com eles que, como nós, aperfeiçoaram o que aprenderam — e muitas vezes nos surpreendem com o que são capazes. 

Isso é divino, é viver, é aprender, é ensinar, é ser filho, pai, mãe, é ser avô e avó. 

Na experiência de ser avó, estou conhecendo outra parte do amor de Deus — a que corresponde ao amor de avó. Estou aumentando dentro de mim a maravilha que já conheço do amor de mãe, que me ensinou e enriqueceu muito o amor de filha. Não é assim que acontece? 

Que maravilha é encontrar dentro de nós todas essas riquezas acumuladas durante nossas vidas, quando observamos o que está acontecendo em nossas mentes e em nossos corações. 

Ouvi de um ser muito especial que netos são a sobremesa da vida. Gostei dessa imagem, e o meu anelo é que tenhamos tempo, paciência, muita compreensão e amor para que possamos desfrutar e saborear com felicidade e juventude essa deliciosa e doce sobremesa que a vida nos deu.