Mente

A Fortuna, o jovem e a edificação de um destino melhor

abril de 2025 - 3 min de leitura
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A Fortuna, o jovem e a edificação de um destino melhor

abril de 2025 - 3 min de leitura

Na minha juventude ouvia de diferentes pessoas que a vida é uma questão de destino, que alguns têm sorte e outros, azar. Essa afirmativa vinha embasada com fatos ditos “contundentes” que comprovavam que alguns haviam sido agraciados por Deus: o carro novo de fulano, o emprego e a conta bancária de sicrano, a viagem especial de beltrano. Às vezes, o destino aparecia na saúde; outras, no amor. Mas, naquela época, o aspecto financeiro chamava minha atenção: por que a Fortuna – Deusa romana da sorte e do destino – aparece para alguns e não para outros? 

 

Não raramente, esse assunto vinha também com algo de fé, dando a entender que o que vivemos está além da nossa compreensão, pois, como alguns diziam, “Deus está no comando” — evidenciando alguma graça especial. Outras vezes, surgia com certo ressentimento social pela desigualdade de condições entre as pessoas. Nesse ponto, minha mente se detinha, tentando responder de imediato o que demandaria uma ampliação de conceitos e uma observação mais atenta dos fatos cotidianos. 

 

Há alguns anos, conheci a Logosofia, ciência que une o fortalecimento da mente à brandura da sensibilidade — ambos em prol da superação humana. Venho aprendendo com essa ciência que é possível observar mais atentamente o “filme da vida” em primeira pessoa, como protagonista de um livro em constante construção. Para isso, um dos primeiros conceitos que ampliei foi o de que o que faço hoje está associado ao que viverei amanhã, de que sou uma sucessão de seres que se substituem ao longo dos dias, semanas, meses e anos. Decisões acertadas ontem rendem frutos hoje. 

 

Contudo, o inverso também é verdadeiro: se tenho hoje em minha mente pensamentos que levam ao medo, à ilusão, credulidade, impaciência, timidez, ansiedade, desatenção, entre tantos outros, amanhã colherei o que estes pensamentos contêm! Não há nenhum mistério, nada fenomênico, apenas uma questão de lógica. O que temos em nossa mente reflete-se em nossas ações.   

 

Sabendo disso, com o passar dos anos pude cultivar pensamentos que levam a uma vida mais ativa, com mais alegria, mais iniciativa e menos temor. Venho comprovando, paradoxalmente, que Deus realmente está no comando, mas sem nenhuma conotação religiosa: estou conhecendo a maravilhosa máquina humana de dentro para fora, explorando o que constitui minha modalidade e meu jeito de ser — assim como o de todos os outros. Estou sendo apresentado à minha constituição psicológica “em primeira pessoa”, colocando as mãos no outrora desconhecido (e temido) destino. Estou fazendo pelo Marcos de hoje o que beneficiará o Marcos de amanhã, em um ciclo ininterrupto de plantar e colher — o que, claro, exige esforço, empenho e constância em um aprendizado crescente.   

 

Logo, aquelas questões da juventude estão sendo, pouco a pouco, respondidas. O que antes era um mistério absoluto, comprovo agora que era apenas ausência de luz. Constato hoje que a vida não é um destino fatalista como aquele que tanto povoava minha imaginação juvenil. Tenho comprovado que, quanto mais consigo enxergar o que tenho internamente, mais consigo conectar o que vivi ontem ao que vivo hoje e viverei amanhã. Dessa forma, estarei ampliando minha vida e direcionando-a, efetivamente, a um destino melhor.


Um pensamento de

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